Recentemente, nossas redes sociais foram inundadas por fotos que mostravam como nossos amigos - e até algumas celebridades - ficariam quando estivessem mais velhos.

A princípio, muita gente pensou se tratar de mais um recurso do Snapchat, que poucos meses antes tinha viralizado seu filtro que deixava todo mundo com “carinha de bebê". No entanto, o real responsável pelo envelhecimento coletivo era outro: o FaceApp. 

O aplicativo bombou tanto que registrou mais de 63 milhões de downloads oficiais apenas no mês de julho, o que o colocou no topo da lista de apps mais baixados do mês, à frente de plataformas consagradas, como Whatsapp, Messenger e Facebook, por exemplo. 

No entanto, junto com o sucesso, vieram os questionamentos: como funcionava a política de segurança do aplicativo? Para onde iriam os dados de todos esses usuários? Quais as permissões que você concedia aos desenvolvedores, no momento em que aceitava seus termos de uso? 

No Twitter, por exemplo, muitos usuários passaram a compartilhar trechos desses termos, que ajudavam a aumentar a desconfiança do público. Suas permissões reivindicavam, entre outras coisas, o direito a uma licença "perpétua, irrevogável, não exclusiva e isenta de royalties" sobre as imagens que fossem 'upadas' para o aplicativo. Para aumentar a sensação de insegurança, o FaceApp está sediado em São Petersburgo - e a Rússia é um país que muitas pessoas associam automaticamente à questão de vazamento e manipulação de dados online, principalmente depois do episódio eleitoral nos Estados Unidos.

Mas o que dizem os especialistas? 

Bom, até o momento, o consenso dos pesquisadores de segurança é de que as permissões do aplicativo não estão em descompasso com as práticas da maioria dos aplicativos que você já tem no celular (sim, vários aplicativos que usamos diariamente também reivindicaram acesso quase irrestrito aos seus dados pessoais, sob a promessa de nunca compartilhá-los com ninguém). Eles também concluíram que o aumento do pânico não foi baseado nas evidências, mas sim na ansiedade gerada depois que múltiplas violações de dados foram descobertas e divulgadas pela mídia. 

Alguns sites, como o BuzzFeed americano, por exemplo, também realizaram testes na plataforma que não constataram qualquer aumento suspeito no tamanho do tráfego de saída que indique um vazamento de dados além dos envios permitidos, corroborando a opinião dos especialistas. 

No entanto, toda essa polêmica serviu para trazer à tona uma discussão importante e de extrema relevância no mercado tecnológico: a fragilidade dos nossos dados na Internet e os perigos que essa exposição pode trazer. 

Embora, aparentemente, não tenha sido esse o objetivo do FaceApp, o mundo da Internet está cheio de armadilhas e milhares de falsos aplicativos, sites e links suspeitos são criados diariamente, com o objetivo de roubar informações pessoais, dados bancários e uma série de outras coisas. 

Por isso, esteja sempre atento e pesquise bastante antes de acessar sites duvidosos ou concordar com o uso de aplicativos desconhecidos.

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